quarta-feira, 16 de junho de 2010

Corda quebrada

Como um tiro perfeito
natural e intrigante
certeiro atingiu meu peito
na grandeza de um instante,
que se quebrou assim
não por você, não por mim,
ofuscando o diamante
que o tempo esqueceu;
menos você... menos eu.

Há apenas cinco cordas no meu violão
teu lugar continua vago
talvez sejas substituída,
não por minha mão
que em você era afago,
não sem deixar ferida
e saudades daquela canção
que o tempo esqueceu;
menos você... menos eu.

Mas preciso perguntar
porque aconteceu,
só eu sabia dedilhar
o seu corpo com magia,
que sem aviso se rompeu.
Ao menos me prometa, no céu tocar
nossa última melodia
que o tempo esqueceu;
menos você... menos eu.