terça-feira, 22 de setembro de 2015

As flores de um certo jardim

Neste jardim já nasceram diversas,
algumas brancas, vermelhas, morenas;
mansas, agitadas, controversas,
perfumadas, marcantes e até serenas.

Todas elas preferiram partir,
umas até por vezes voltaram;
alegrando o tolo grão vizir,
outras por bem pouco ficaram.

A maioria sem dúvida contribuiu,
seja com aquele doce perfume;
ou apenas com a pétala que caiu,
ligeira como o piscar do vaga-lume.

Houve também àquela que morreu,
e tornou-se adubo para uma nova;
e de luto todo jardim se convenceu,
de que nem a rosa queria mais prosa.

E o velho jardim aprendeu enfim,
a viver de amores passageiros;
a começar os rabiscos pelo fim,
e entrega-las à outros jardineiros.

Josenildo Ceará.

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Lágrimas por dias como os de antes.

As vezes reclamamos da monotonia,
sempre a mesma coisa todo dia;
parece que clamamos por um acontecimento,
mas não esperamos que nos traga sofrimento.

Infelizmente alguns não seguem o ciclo da vida, (se é que há um)
nesses casos  a dor é bem mais dolorida;
É dor de quem queria um sorriso a mais,
que trouxesse acalento, um pouco de paz.

E nada que fica parece ser suficiente,
porque quem fica, fica do outro carente;
Não! ninguém vai desfazer estes laços,
Eternizados, mesmo sem novos abraços.

Josenildo Ceará.