domingo, 30 de setembro de 2012

Hebe Camargo



Quem disse que chegou ao fim?

reinados como o teu são infinitos,

sem explicação acontecem assim;

marcados por gestos bonitos.



Hebe é o amor, é a esperança,

carregada de talento e carinho;

dê-nos mais uma lembrança,

mande-nos do céu o seu selinho.



Como não entristecer?

perdemos nossa Rainha,

linda de viver;

perdemos nossa gracinha.



Haverá muitas festas nestes dias,

irão te receber os gênios do riso;

Rogerio Cardoso, Nair Belo e Ronald Golias,

gargalhadas serão dadas no paraíso.



Teu legado ficará pra sempre marcado,

hoje a saudade não tem gosto amargo;

tem sabor de quero mais, adocicado;

tem gosto de Hebe Camargo.



Josenildo Ceará.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Um convite para o baile.



Não sinto saudade daquela festa, você desfilando linda, ninguém contesta;

mas não era por acaso que vestia como uma serpente,

os olhares eram todos seus, inclusive os meus;

um em especial te olhava ávido e indecente.

não que tu fosses a mais bela... Sem dúvida a mais atraente,

e no salão teu corpo era envolvido em outros braços;

naquele instante esqueceste dos nossos laços.

A profecia se cumpria, você seria Judas,

misto de traição, vulcão em erupção;

pele e entranhas desnudas;

naquele ninho restou teu vestido de cobra, e a aliança presa na dobra.  

Josenildo Ceará.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Tristeza de um poeta.



Por que te entristeces poeta? Acaso não sabe para que vieste ao mundo?

Você poeta, essa massa deformada, nunca terá espaço no coração das pessoas.

O que vale de ti para os outros são tuas palavras... Quando te procuram, te ouvem... não te enxergam poeta, são apenas tuas palavras que significam algo para aqueles que te rodeiam.

Quanta insignificância a tua poeta, achar que alguém pudesse ver além dos rabiscos que brotam de você.

E como se fossem uma multidão enfileirada ansiosa por uma palavra doce, que Deus soube colocar nos teus lábios, eles passam um a um... Só voltam se for necessário te ouvir, te ler de novo.

A verdade poeta é que pouco importa tua cor, teu clero, teu cheiro, teu sexo... não querem nada disso de ti.
Querem tuas palavras, e que essas palavras venham adocicadas e que supram-lhes alguma necessidade, seja ela qual for.

O que fazer poeta? Creio poeta, que se não fossem essas palavras que Deus lhe ensinou a rabiscar, nem te valeria a pena viver, mas por elas (as palavras) e por Deus que lhe imcubiu desse laboro nao morra poeta.

Continue sendo apenas palavras na vida das pessoas, afinal, elas precisam apenas disso de ti.


Josenildo Ceará.

Sintonia


Na doce manhã,

o sol nos brinda;

anuncia que seu fã,

aguarda sua vinda.



Que seja completa,

a nossa harmonia;

inspira teu poeta,

exalando sintonia...



Josenildo Ceará.

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Um Sete de Setembro Nordestino.

Obrigado Escola Marechal Rondon.


A manhã era a de sete de setembro;

a hora exata eu não me lembro.

Lá estava este nordestino, sem saber o que lhe tinha reservado o destino.

De repente, eis que surge na Avenida, com uma entrega sem medida, homenageando minha gente sofrida; batalhadora, que luta pela vida.

Não era simplesmente um grupo de pessoas desfilando, cada uma delas desfilava com o nordeste carregando.

Quando avistei nosso soberano representante, de sanfona na mão, pujante; o nosso querido rei do baião, nessa hora não contive a paixão.

Lembrei que papai cantava aquela canção: "Minha vida é andar por este país, pra ver se um dia descanso feliz".

Tenho certeza que nossa grande colônia nordestina, marchou junto na mesma rima; uma melodia que não desafina.

E com os olhos marejados, sem sair do Tom; pedimos a Deus que lhes conserve o Dom, humildemente te agrademos Escola E.e. Marechal Rondon.



Josenildo Ceará

sábado, 1 de setembro de 2012

Quem é Josenildo do Nascimento, o tal Ceará?




Filho de um povo nordestino, que aqui chegaram por conta segundo eles do destino, desde cedo na lida, uma familia numerosa e sofrida, mas que encarava os desafios da vida.

Lembro que nosso Pai Zequinha, no fim do dia de viola na mão entoava um repente, que deixava a gente contente.

Dos dez filhos pró-genitora, minha mãe não tinha escrita, mas parecia doutora. No primeiro dia de aula, nos pés sandálias de dedo, dessas que cobrimos com a calça, como se fosse segredo, a vestimenta era de envergonhar, mas lá íamos conhecer o que era estudar.

As tarefas escolares eram feitas na luz de um velho lampião, mas ninguém reclamava daquela condição, nossa irmã mais velha sempre que podia nos dava uma "mão", era limitada, mas fazia questão.

Perdoem a mania de falar de mim na primeira pessoa do plural, deve ser porque carrego sempre comigo os que tenho apreço fraternal, fazem parte de mim, diferente disso, não seria natural.

Ao longo deste caminho, aqui acolá mudávamos de ninho, período difícil percorrido sozinho, hora seminarista, outra militar, experiências que vieram para somar.

Na escola, até término do ensino médio não encontramos dificuldade, porém, ficamos dez anos "vegetando" até resolvermos cursar uma faculdade.

Nas palavras de minha mãe apegado, com vigor renovado, ouvindo: - Meu filho será letrado.

De modo que aos 30, pelos anos envelhecido, sem ainda ter o dever cumprido, estamos prestes a ver o nome da familia nascimento enobrecido, quem dera estivesse vivo meu papai querido.

Por hora, vamos entoando prosa e canção; na doce companhia do velho violão.


Josenildo Ceará.