terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Promover a inclusão excluindo...

Em todas as universidades o primeiro dia é marcado pelo "trote", que é aplicado aos calouros pelos veteranos; na UEMS - NA nada disso, um ou outro rosto pintado e mais nada.
O que nos chamou a atenção foi à programação de ontem; que se diga de passagem uma ótima palestra, objeto de estudo e discussão, porém ocorreu no momento errado, se é que podemos rotular assim. A palestrante Professora Maria José (Maju) abordou dois grandes temas, o conflito tradicionalismo versos construtivismo e a inclusão feita principalmente através das cotas universitárias.
Ora, a "bixarada" estava ali pra zombar e ser zombada, não houve quem se concentrasse no tema desenvolvido e, convenhamos teria sido muito melhor aproveitado se esboçado em outra ocasião.
Mesmo assim cabe-nos analisar o contexto apresentado, do primeiro tema arrolado a ministrante observou com muita probidade o fato do tradicionalismo ainda encontrar raízes no ensino, já que o mesmo é questionado desde os anos 80; creio que o público alvo deste discurso deveria ser a classe docente e não os "bixos" em seu deslumbramento da estréia acadêmica.
Sobre a inclusão a mesma defendeu de forma ferrenha o sistema de cotas, e com relação a este não participo do mesmo pensamento da nobre professora, mas confesso que na atual conjuntura vejo esta medida como um "mal necessário". Para que a inclusão aconteça de verdade é imprescindível que parta de mim a mudança de comportamento e não do sistema. O negro, o índio, seja quem for tem que primeiro assimilar sua identidade e em contrapartida; os outros "o identificarão".
Ainda em torno da inclusão, e agora mais precisamente sobre a inserção dos portadores de necessidades especiais no meio estudantil, e não mais em salas adaptadas a sua condição, ou melhor, adaptadas a sabe se lá o que. Na prática o que temos observado é que esta inclusão tem sido feita de uma maneira tão absurda que acaba excluindo os já incluídos; a escola muda à maneira de ensinar, o professor leciona com o cuidado de ter um aluno PNE na sala; quando na verdade deveria tratá-lo da mesma forma que o faz com os demais (seja ele cego, perneta ou o que for, afinal a normalidade só existe na cabeça dos perfeccionistas inveterados), e os colegas de classe acompanham tal atitude.

Quanto ao trote, só mesmo o das patas dos cavalos prenunciando chuvas de verão.


Modestamente!

Nascimento.