quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

AS LUZES DE NATAL

Hoje vesti minha roupa mais bonita, até sapatos calcei... é natal.

Saio pelas ruas e vejo a cidade iluminada, aqueles pisca-piscas enfeitando as árvores.

Tudo isso me faz lembrar do tempo de criança...

Em nossa casa também tínhamos uma árvore de natal...
Era uma arvore que passava o ano inteiro discreta, em meio as outras nem era notada, mas era ela que nos avisava da proximidade do natal, quando começava a florir, todas as outras arvores se rendiam a sua beleza (era um momento em que ela saia do anonimato)... este era o primeiro sinal de natal em nossa casa.
O segundo sinal era o de arrumar a casa, mamãe mandava a gente buscar barro, num barreiro não muito distante...
passávamos barro nas paredes de nossa casinha de pau-a-pique, tapava os buracos, barriava o fogão a lenha e o chão de terra batida.
Mas naquele natal estava faltando algo... Numa noite ouvi minha mãe dizer a meu pai _ Zequinha os meninos só falam na tubaína do natal, vc não vai comprar. Papai respondeu a mamãe que nosso patrão tinha gastado muito, comprando comida e bebida para sua família e não iria pagar as diárias de serviço daquela semana...
Aquela informação me entristeceu sobremaneira, não teríamos tubaína no natal... não contei nada disso a meus irmãos.
De manhã uma de minhas irmãs matava frango a outra preparava o cuscuz. Minha mãe por sua vez estava no pilão, socando rapadura com carne seca. Para nós este era um banquete e tanto... uma fartura.
Mas tarde minha irmã mais velha falava pra nós do menino Jesus, dizia que Ele cuidava de todas as crianças, em silêncio pensei que bem que ele podia conseguir uma caixa de tubaína pra gente.
Chegou a hora do almoço notei a falta de minha mãe... Minhas irmãs começaram a botar nossa comida e um a um íamos tomando assento na grama perto de nossa árvore de natal. De repente chega minha mãe com um saco de pano, ofegante... Tragam as canecas vamos tomar tubaína... Que festa! Mamãe tinha trocado um frango por cinco tubaínas com o dono da venda. Depois de dividir aquele refresco entre os onze, agradecemos a Deus e comemos a nossa ceia de natal.

Ah e quanto às luzes de natal, também tínhamos em nossa casa... Nossas luzes Era o brilho presente no olhar de cada um de nós.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Alma Sertaneja - Cantoria de Vaquejada



Quando penso no sertão;
Na lembrança o Rei do Baião,
Gonzaga cantou o agreste,
Na beleza da canção,
Representou o nordeste;
Com tamanha emoção.


De lá saiu grandes artistas;
E afamados repentistas,
Já traçado o seu destino;
Um chora o outro rir,
É saga do nordestino,
E os dois juntos aplaudir.


Chegando em Nova Andradina;
Aceitamos a nossa sina,
Construir essa cidade;
Eis o nosso querer,
Tornar uma realidade;
Pra gente bem viver.

Contribuindo em vários setores;
Nas alegrias e nas dores,
Na pecuária ou na agricultura,
Estamos sempre presente;
Na arte e na cultura,
Tem obras de nossa gente.

Veja o nosso cartão postal;
Um Símbolo colossal,
Feito por cabra da peste;
O Prefeito Francisco,
Nele o poder manifeste,
O monumento obelisco.

A toda família sertaneja,
Que não foge da peleja;
Hoje homenageada,
Toda a honra lhe rendo;
Agora solene eternizada,
Neste 19 de Dezembro.


Josenildo - Ceará com orgulho, muito orgulho.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Lembranças...



Te lembras de nossa primeira poesia?
você linda, caminhando;
graciosa sorria,
e eu ali te admirando...

Meus pensamentos remetem aquele dia,
nessas palavras rabiscando;
lembro da banana que você comia,
e eu ali te olhando...

Saudades da sua alegria,
de minha musa me inspirando;
fonte que eu bebia,
e eu ali sonhando...

Essa amarga nostalgia,
de um poeta delirando;
que o amor desconhecia,
e eu ali te amando...

Josenildo Ceará.

domingo, 4 de dezembro de 2011

Beleza Negra.


O que é a Beleza? Me diga o que é a Beleza?

é ver um povo que mesmo oprimido nasce de novo;

Beleza é minha gente que acorda cedo, sem medo do batente,

É mãezinha do coração, que esconde do filho sua tristeza e ainda o embala com uma canção...

É ver um filho doente nascer e pela graça de Deus sobreviver,

Beleza é o por do sol contemplar, sem um chicote pra te açoitar...



Essa é a beleza dessa raça,

que vence pela força, mas que não perde a graça;

Beleza sem tempo, que nunca passa...

Porque é popular, porque é de massa.



Beleza de um tribo que cala o preconceito,

De um povo que só quer respeito;

taí beleza esse é o seu conceito...

Se preciso partimos para a luta,

mas tbm amamos de forma absoluta.

Gente bela, inspiração deste poeta;

buscando juntos uma sintonia completa...



Somos Maria somos José,

Somos homens e mulheres de fé.

Beleza é ter atitude,

É viver em plenitude;

Beleza é a nossa história,

De sofrimento e dor, mas acima de tudo de vitória;

Mas o que é essa beleza?

Eu diria que é um Maná que escorre do céu;

E adoça nossa boca feito mel,

Beleza negra.

Pra vc... Esse poeta tira o chapéu.

 
Josenildo Ceará.