terça-feira, 8 de outubro de 2013

Dia do Nordestino

Minha humilde homenagem,
a você cabloco nordestino;
cabra merecedor da mensagem,...
traçada pelo destino.

Você que mesmo no sofrimento,
permanece sempre de pé;
honrando o juramento,
feito um dia pela fé.

Nesta data o meu desejo,
que Deus retire o manto de viúva;
oferecendo brinde ao sertanejo,
presenteando o sertão com chuva.

E como se fosse canção,
essa modesta poesia;
sai do meu coração,
glorificando esse dia.
 


Josenildo Ceará

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

De volta pra minha terra.

O coração ta ansioso,
querendo sentir e conhecer;
emocionado poder rever,
e abraçar forte meu povo.


Estou como adolescente,
no encontro primeiro;
de amor verdadeiro,
com minha gente.


Preciso degustar,
do gosto do sertão;
e pisar naquele chão,
que eu aprendi a amar.


Ceará, terra querida,
eis me aqui, de pé;
sem perder a fé,
estarei de partida.



Josenildo Ceará.

sábado, 24 de agosto de 2013

Eu, pai de meu irmão...

Sentado na varanda,
eu vejo de longe a senzala;
vejo também o feitor,
cumpridor da demanda;
e os negros sem fala.

Mas na cozinha de nossa casa,
o que vejo é diferente;
esperando o seu sinhô;
esfoguetada feito brasa,
vejo um negrinha sorridente.

Papai dizia os negros odiar,
mamãe era do mesmo pensar;
ninguém da casa podia,
sequer imaginar;
que papai fosse com a negra se deitar.

A negrinha chamada marta,
vira e mexe deu de enjoar;
mamãe achou estranheza,
mandou que a nega se parta,
antes da criança ganhar.

Mas fizeram um combinado,
que assim que a negra parisse;
pra senzala iria voltar,
pra criar o desgraçado;
naquela imundice.

Quando a negra pariu,
o moleque era de nossa cor;
pra mamãe ela entregou;
que da negrinha ouviu,
cuide do filho de seu dotô.

Ela pra papai olhou,
eu ja era menino varão;
mamãe a raiva engoliu,
e o ofício me delegou;
Eu, pai de meu irmão.


Josenildo Ceará.



 

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Banco gelado


Hoje esfriou um bocado,

senti farta das estrela,
elas que me serve de telha,
fiquei assim meio entristecido,
sem saber porque virei perdido.

Hoje esfriou um bocado,

e de minha mãe eu me alembrei,
das vez que com ela eu sonhei,
e de quando ela fazia bolo de milho,
e dava um pedaço pra cada filho.

Hoje esfriou um bocado,

e aqui longe da minha gente,
nesse frio estridente,
o meu unico cobertô,
um riquim por graça levô.

Hoje esfriou um bocado,

e debaixo desse sereno,
eu vou me apercebeno,
que Deus não me abandono,
fui eu que Dele se aparto.

Hoje esfriou um bocado,

o inverno pioro na madrugada,
o chão se cobria pela geada,
eu queria a famía do meu lado,
mas por hora só um banco gelado.

Hoje esfriou um bocado...

Josenildo Ceará

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Amantes

Neste momento estou abrindo,
a porta da lembrança;
mas entrarei sorrindo,
como se fosse uma criança.

No caldeirão de sentimentos,
sei que irei te encontrar;
e nos doces momentos,
que nos coube protagonizar.

Tu és menina flor morena,
um gostoso engano;
quem te vê se envena,
com o meigo e o profano.

Nos aventuramos pela cidade,
sem primar pela forma correta;
tiveste ousadia e capacidade,
para prender e render este poeta.

Uma mistura de leveza e transpiração,
que nos faz pausar por instantes;
e nos torna cúmplices de uma conspiração,
perpetuada na mente de dois amantes.


Josenildo Ceará.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Chuva pro sertão.

Oh meu Deus querido,
eu vim lhe pedir;
pra mode o que aqui tem chovido,
o senhor com o nordeste repartir.

Meu povo ta por demais sofrendo,
lá no curral de tio Zé Galdino;
as reis de sede e fome tão morrendo,
até as cabras tão sucubindo.

A gente não quer Lhe afrontar,
nem diminuir a nossa fé;
nóis vamos confiar, vamo esperar;
que nos molhe da cabeça aos pé.

No mais a gente agradece;
de todo nosso coração,
por ter ouvido a prece;
de quem padece no sertão.

Josenildo Ceará.